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Reflexão 21 |
Discutam as seguintes questões, aos pares.
Depois, apresentem a vossa conclusão à turma.
O ensino da gramática visa atingir, fundamentalmente, os objectivos seguintes:
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Reflexão 22 |
Observem a imagem apresentada:
Para aprofundar os conhecimentos sobre o ensino-aprendizagem da gramática implícita, leia o texto que se segue:
Até aqui, temos estado a falar de exercícios estruturais. Mas, o que são exercícios estruturais?
Exercícios estruturais, como o próprio nome diz, são exercícios gramaticais sobre uma determinada estrutura da língua em estudo. A estrutura é a maneira como as partes da frase se organizam e pode ser constituída por um grupo de palavras ou mesmo por uma frase.
Os exercícios estruturais referem-se a regras e ao funcionamento da língua. São exemplos de estrutura do português os seguintes:
Estes exercícios gramaticais são sistemáticos. Eles consistem na realização de práticas das normas e do funcionamento da língua que possam levar os alunos a dominar as estruturas da língua, seguindo procedimentos como:
As estruturas em estudo podem ser de natureza fónica, morfológica e sintáctica da língua. Por exemplo:
Assim, ao propor aos alunos a prática de exercícios sistematizados, pretende-se que estes:
Os exercícios estruturais têm as seguintes características:
No acto da preparação e aplicação dos exercícios estruturais, deve-se ter em atenção os princípios que se seguem:
Para além dos princípios, na preparação e aplicação dos exercícios estruturais, há outras considerações a ter em conta, nomeadamente:
A prática dos exercícios estruturais exige que o professor:
Tendo em conta alguns dos aspectos discutidos acima, a seguir apresentam-se algumas técnicas de ensino da gramática:
Na sala de aulas, o material concretizador não somente vivifica a sala, mas também proporciona às crianças uma dimensão motora: trabalho com as mãos na sua aprendizagem da língua. Algumas estruturas que poderiam beneficiar desta técnica são os possessivos, quantificadores, demonstrativos, entre outras.
O diálogo é uma técnica muito antiga usada para a apresentação e prática de estruturas gramaticais. Pode ser usado para tempos verbais e advérbios de tempo, entre outros.
Os textos podem ser usados para extrair ou ilustrar um determinado ponto gramatical, por exemplo, tempos verbais, construções passivas, preposições, advérbios, etc.
Os mapas e/ou gravuras são úteis para a prática de exercícios estruturais de forma interactiva, alguns dos quais podem ser de completamento de informação e quebra-cabeças. Mapas ou gravuras podem ser usadas para o ensino e prática de preposições, formação de perguntas, imperativos.
No ensino da gramática, o uso de gráficos, quadros ou tabelas é muito útil, pois ajuda a clarificar relações que, muitas vezes, não são bem visíveis em explicações linguísticas. Algumas estruturas que se podem ensinar recorrendo-se a esta técnica são os advérbios, os tempos verbais, entre outras.
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Actividade 2 |
Com base nos exercícios estruturais, o professor pode criar espaços para que os alunos formulem frases em que apliquem as regras do funcionamento da língua no domínio da Fonética, Ortografia, Semântica, Sintaxe e Morfologia. Veja a seguir a tipologia dos exercícios estruturais:
Neste tipo de exercícios, o professor diz uma estrutura contextualizada numa frase e os alunos repetem-na.
Os exercícios estruturais de repetição podem ser usados para:
Exemplo:
No exercício que se segue, pretendendo ensinar como as pessoas perguntam e dizem o seu nome, o professor pode levar os alunos a repetirem a estrutura frásica desses actos de fala.
1. Observação, leitura e interpretação da imagem
Nota: Para conferir maior dinâmica aos sujeitos da aprendizagem, esta actividade pode obedecer à técnica de Pensar - Partilhar – Apresentar.
2. Destaque da frase-modelo
Através da leitura e interpretação da imagem, o professor leva os alunos a destacarem a estrutura-modelo, da maneira seguinte:
O professor procura que os alunos adquiram o sentido global da frase onde a estrutura-modelo é usada, recorrendo a gestos, dramatização ou outras técnicas, entre as quais o diálogo de fantoches e o aquário.
Nota: Este exercício de repetição torna-se muito interessante, se a turma usar o diálogo de fantoches.
Exercícios de repetição são profícuos quando feitos sobre estruturas, onde se possa inclusivamente fazer substituições inserindo na estrutura informação real do aluno ou do contexto. Para crianças, estes tipos de exercícios são muito interessantes, se implementados com o chamado ‘diálogo de fantoches’.
Exemplo: ‘Como te chamas? – Chamo-me ...X...’
1º O professor diz, em voz alta, as estruturas-modelo (mostrando os ‘fantoches’):
A – Como te chamas?
B – ‘Chamo-me Pedro’
2º O professor e todos os alunos da turma repetem-na.
A – Como te chamas?
B – ‘Chamo-me Pedro’
3º Um grupo de alunos repete-a:
A – Como te chamas?
B – ‘Chamo-me Pedro’
4º Vários alunos, individualmente, repetem-na.
A partir deste passo, usa-se somente a estrutura, completando-se a frase de forma autêntica e variada conforme os envolvidos no diálogo:
Exemplo:
A – Como te chamas?
B – ‘Chamo-me Xavier’
O professor promove situações, em que vários alunos dramatizem as estruturas-modelo.
A partir deste passo, os alunos podem praticar a estrutura completa constante do diálogo autonomamente, aos pares, usando informação que lhes é inerente. Por exemplo, eles podem praticar a estrutura sentados aos pares, em grupos ou mesmo levantando-se e circulando pela sala, a falar com colegas.
Exemplo:
A – Como te chamas?
B – ‘Chamo-me Mariana’
A – Como te chamas?
B – ‘Chamo-me Pires.
O uso do diálogo de fantoches permite a integração cumulativa e/ou gradual de outras estruturas para o contexto em consideração. Por exemplo, neste caso particular, pode-se integrar:
Nota: Os professores podem consultar alguns sítios (sites) que ensinam a produção de fantoches com sucata e material reciclável. A título de exemplo, temos:
https://www.pinterest.ca/aqsteacher/fantoches-de-material-reciclado/
https://www.mundinhodacrianca.net/2014/10/aprenda-fazer-fantoche-com-material.html
O professor pede aos alunos para fazerem um desenho ou uma banda desenhada (BD), retratando a situação em que as estruturas-modelo podem ser usadas. No entanto, no caso do desenho, o professor terá que avaliar o nível de abstracção dos alunos. (Provavelmente não sejam capazes de fazer uma BD longa).
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Actividade 3 |
Estes exercícios consistem na substituição, numa frase-modelo, de um elemento por outro da mesma classe. Estes exercícios servem para os alunos:
A seguir, apresentam-se sugestões metodológicas para a prática de exercícios estruturais de substituição:
Nota:
1.º O professor diz, em voz alta, a frase-modelo: O Tito brinca no quintal.
2.º Os alunos repetem-na: O Tito brinca no quintal.
3.º A turma ao mesmo tempo ou um grupo de alunos repete-a: O Tito brinca no quintal.
4.º Vários alunos, individualmente, repetem-na: O Tito brinca no quintal.
Estímulo 1:
O professor diz: Agora vamos repetir esta frase, substituindo a expressão “no quintal” por uma das expressões “na sala”, “no recreio/campo ou jardim.”
1.º O professor diz, em voz alta, a frase-modelo:
O Tito brinca na sala. (no recreio/campo ou jardim).
2.º Os alunos repetem-na:
O Tito brinca na sala. (no recreio/campo ou jardim.)
3.º A turma, ao mesmo tempo ou um grupo de alunos, repete-a:
O Tito brinca na sala, (no recreio/campo ou jardim.)
4.º Vários alunos, individualmente, repetem-na:
O Tito brinca na sala, (no recreio/campo ou jardim.)
Assim, o professor procede da mesma maneira para outros estímulos: 2, 3, 4…, conforme os objectivos da lição (por exemplo, os lugares onde as crianças brincam: no pátio, no quarto, na escola, no caminho, no jardim, etc.). Também se pode substituir o sujeito ou variá-lo em número; pode-se também substituir o tempo verbal.
Nota: O professor deve evitar que a repetição da mesma frase seja feita por todos os alunos, de forma individual, mas sim por alguns, apenas para verificar o nível da aprendizagem dos conceitos em causa.
5.º Diálogo/dramatização de uma situação de brincadeiras das crianças no pátio
O professor promove contextos em que vários alunos dramatizem situações de brincadeiras, enquanto outras dizem a frase correspondente. Por exemplo:
Ou
O professor promove um diálogo, em que cada aluno explique o que fez no intervalo. Por exemplo:
6.º Desenho ou ilustração de uma situação da brincadeira referida no número 5 ou desenho de uma banda desenhada, demonstrando as brincadeiras
Mas, no caso do desenho, o professor terá que avaliar o nível de abstracção dos alunos (provavelmente não sejam capazes de fazer uma BD).
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Actividade 4 |
Estes exercícios consistem na modificação progressiva da frase a partir de um modelo. Servem para os alunos treinarem a modificação de elementos da frase.
Exemplo:
Neste exercício de leitura e interpretação do texto abaixo, o professor pode recorrer a este tipo de exercícios estruturais.
O macaco Coloz A senhora Ana da Luz deu dez bananas ao macaco Coloz. O macaco ficou muito feliz. Então, deu um pulo com cinco bananas numa mão e as restantes cinco bananas na outra mão. Como tinha as mãos cheias, zás! Caiu e bateu com o nariz no chão. Livro do Aluno 2ª classe |
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Veja a seguir uma sugestão dos procedimentos para o efeito:
Exemplo A:
Professor – A senhora Ana já deu nove bananas ao macaco?
Aluno –Não. A senhora Ana não deu nove bananas ao macaco.
Professor – O macaco ficou muito triste?
Aluno – Não. O macaco não ficou muito triste.
Exemplo B:
O macaco come as bananas.
As bananas são comidas pelo macaco.
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Actividade 5 |
Com o seu colega de carteira, usando a técnica Pensar Partilhar-Apresentar:
Estes exercícios consistem no aumento progressivo de novos elementos, a partir de uma frase-modelo, na presença de um estímulo. Servem para os alunos treinarem a construção de frases com um número crescente de elementos.
Veja a seguir uma sugestão dos procedimentos para a exploração de exercícios estruturais de expansão:
Exemplo:
A Lina leva um balde.
As galinhas comem grãos de milho.
Exemplo:
A Lina leva um balde.
As galinhas comem grãos de milho.
O professor pode perguntar “Onde estão a comer as galinhas?”. Em seguida, orienta a elaboração da resposta pelos alunos.
Exemplo:
As galinhas comem grãos de milho na capoeira.
Os alunos introduziram um complemento: capoeira.
Um aluno diz a frase-modelo, acrescentando o novo complemento.
Exemplo:
As galinhas comem grãos de milho na capoeira.
O professor aumenta mais um estímulo: de manhã.
O aluno diz a frase-modelo, acrescentando o novo estímulo.
Exemplo:
As galinhas comem grãos de milho, na capoeira, de manhã.
Assim, repete-se a frase com o acréscimo de vários complementos circunstanciais.
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Actividade 6 |
Com o seu colega de carteira, usando a técnica Pensar-Partilhar-Apresentar, elaborem um exercício estrutural de expansão de frases. A seguir, apresentem o exercício para o seu grupo de trabalho e, depois, para toda a turma. Posteriormente, o formador irá orientar uma discussão (reflexiva e avaliativa) sobre os exercícios.
Estes exercícios consistem na aplicação adequada de palavras ou expressões nos espaços marcados dentro de uma frase.
Servem para os alunos:
Exemplo:
A família da Rita Eu sou a Rita. Vivo com o papá Camilo, a mamã Odete, a mana Saquina o mano Ivo, o primo Galibo, o avô Julião e a avó Fátima. O tio Calu é irmão do meu pai e pai do Galibo. A mãe do Galibo é a tia Zuleica. Livro-caderno 2.ª classe (adaptado) |
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Com base no texto acima apresentado, complete os espaços em branco nas frases seguintes:
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Actividade 7 |
Usando a técnica de Controlo aos Pares, observem atentamente a imagem que acompanha o texto.
Nota: O conteúdo deste vídeo contém o mesmo conteúdo do texto do Manual